O nome e o primeiro Decálogo

Quando foi criado, o Clube da Bolinha não tinha nome nem regras, e era apenas uma confraternização entre um grupo de amigos que crescia a cada encontro

 

Quando foi criado, o Clube da Bolinha não tinha nome nem regras, e era apenas uma confraternização entre um grupo de amigos que crescia a cada encontro. Quando chegaram a dez, os primeiros bolinhas concordaram que era necessário dar uma organizada no negócio. Precisavam, de início, de um nome, de um protocolo para eleger os novos membros e um conjunto mínimo de normas para orientar as ações.

Pensando em tudo isso junto, alguém lembrou do bloco carnavalesco Bola Preta, que aprovava, ou não, os novos sócios com um sistema de bolas pretas e brancas. Decidiram, então, adotar um processo semelhante que também já resolveu o dilema do nome. Em seguida, criaram um breve ordenamento com 10 pontos, que ficou conhecido como o primeiro Decálogo. Veja:

01. O Clube da Bolinha terá número ilimitado de membros, devendo a admissão ser feita mediante votação unânime dos associados presentes às reuniões privadas;

02. A admissão de novos membros será feita pelo sistema de bolas brancas e pretas, durante os jantares mensais;

03. Na última terça-feira de cada mês, exceto em setembro e dezembro, será realizado o jantar mensal dos membros do Clube. Mediante prévia anuência do Reitor, poderão ser feitos convites a pessoas estranhas ao Clube, ficando o convidante responsável por tantas mensalidades quantos forem os seus convidados;

04. Em setembro haverá reunião de congraçamento com outros clubes similares;

05. Em dezembro, na segunda quinzena, haverá reunião de congraçamento com seguradores especialmente convidados, para a qual cada associado terá a faculdade de indicar um convidado;

06. A mensalidade será estabelecida em reunião privada e deverá ser entregue ao Tesoureiro até o dia 15 de cada mês;

07. O Reitor será eleito pelo período de 02 (dois) anos, em setembro dos anos ímpares, em votação secreta da maioria dos presentes, não podendo ser reeleito;

08. Ao Reitor caberá dirigir o Clube em todos os setores, tendo como consultor direto o seu antecessor;

09. O cargo de Tesoureiro será exercido por um dos sócios, por indicação do Reitor;

10. O Clube possuirá uma Comissão de Honorificência, constituída por 05 (cinco) membros, escolhidos também em votação secreta pela maioria presente, cujo mandato coincidirá com o da Reitoria, à qual competirá fazer a recomendação das pessoas que o Clube distinguirá com títulos de Mérito Público, na forma do Regimento aprovado.

Tradição, diversidade e renovação na eleição dos novos Bolinhas

Grupo traz referência do setor, jovens lideranças, mais uma mulher e filhos de Bolinhas ativos

O jantar de maio do Clube da Bolinha aconteceu no restaurante Santo Colomba, que garante servir a “melhor comida italiana de São Paulo” e é comandado pelo chef José Alencar de Souza, eleito a personalidade gastronômica de 2021 pela revista Veja SP. Um local apropriado, afinal, para uma ocasião especial em que as bolas brancas abriram as portas do grupo para cinco novos integrantes.

Em meio à decoração de móveis pesados e ao som de um piano clássico tocado por um músico à altura do ambiente, a área reservada lotou com aproximadamente 50 membros, apesar da noite fria na capital. Todos recepcionados por garrafas de Antico Rosone Primitivo e Trebbiano Chardonnay, acompanhadas por canapés de salmão e de queijo melba com tomate seco, além de mini pastéis de carne e queijo que sumiam assim que aterrissavam nas mesas.

Por causa da agenda extensa, o coquetel inicial teve que ser um pouco mais curto e houve a necessidade de “enquadrar” o pessoal especialmente animado para sentarem-se às mesas. Às 19h58, após alguns apelos não atendidos, a reitora Andréa Ribeiro exigiu silêncio batendo com uma faca em uma garrafa vazia.

Controlado o ambiente, Andréa agradeceu a presença de todos e comemorou que a cada encontro mais “gente que andava sumida” está aparecendo. “Agora, quero abrir oficialmente essa noite especial em que vamos avaliar a entrada de novos colegas”, disse, e passou o bastão para o secretário Mário Cruz dar seguimento ao processo.

Na hora e meia seguinte receberam bolinhas brancas Ivan Gontijo, Liza Maria Miranda de Sousa, Alexandre Batista, Marcos Kobayashi e Dyogo Oliveira. Um grupo que, de uma vez, aumentou a presença feminina, incluiu mais um nome tradicional do mercado e trouxe jovens lideranças do setor ao clube.

“Votamos hoje pela continuidade do Clube da Bolinha, abrindo espaço para uma nova geração que vai seguir com a tradição e os valores que cultivamos aqui”, avaliou Mário Cruz. A “nova geração” é mais do que figura de linguagem, pois Liza é filha do Bolinha Luiz Gustavo Miranda de Souza, e Alexandre é filho de Mauro Batista. Andréa encerrou saudando o incremento de diversidade, “fundamental para qualquer grupo”, e reafirmou que o Clube da Bolinha precisa mesmo de mais mulheres.

Em seguida, o jantar foi servido com opções de arroz de pato, filet mignon ou peixe fresco do dia. Na sobremesa, lá pelas 23h, Perfecto di limone e frutas frescas.

Veja aqui a galeria de fotos do jantar.

O fundador Dimas

O fundador do Clube da Bolinha de São Paulo, Dimas de Camargo Maia, nasceu na capital paulista no dia 23 de junho de 1913. Aos 15 anos, já trabalhando desde os 11, iniciou sua relação com o setor no Comitê Misto Paulista de Seguros, mais tarde transformado em Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização do Estado de São Paulo. Anos após, foi um dos diretores da entidade.

Em seguida, foi para a empresa S. Magalhães e Cia., com sede em Salvador e foi agente da Cia. de Seguros da Bahia, em São Paulo. Em 1935, transferiu-se para a Adriática de Seguros, companhia italiana, com sede em Trieste, onde permaneceu até 1942.

Naquele ano foi para a Home Insurance, representada pela empresa Eric Sadler. Cuidava exclusivamente de seguros para a cultura de algodão da empresa americana Mac Fadden. Entre suas funções, na entressafra, visitava as plantações e os depósitos, estudando alternativas para melhorar as garantias e diminuir os custos. Especializou-se nesse tipo de seguro e obteve o diploma de Técnico de Seguros, outorgado pelo Conselho de Representantes da Federação dos Seguros, em 1957.

Foi diretor do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização do Estado de São Paulo e, durante a presidência do Dr. Oswaldo Castro Santos, recebeu convite para apresentar um trabalho para modernizar os regulamentos do órgão e atender melhor às necessidades das Companhias. O resultado desse projeto é adotado até hoje. Aposentou-se em 1972, na Porto Seguro.

Paralelamente ao trabalho desenvolvido para as muitas companhias onde atuou, Dimas se preocupava com os rumos tomados pelo setor. E não se tratava apenas de instinto de preservação, pois ele já havia percebido o importante papel social e econômico que o seguro poderia desempenhar para o país e temia que a disputa por mercado, como era praticada no final dos anos 40, acabaria por desmoralizar a atividade e inviabilizar os benefícios coletivos que ela poderia oferecer.

Esses sentimentos levaram Dimas à pizzaria Telêmaco, na Avenida Ipiranga, naquela noite de 30 de agosto de 1948, em que fundou o Clube da Bolinha junto com os amigos Humberto Felice Júnior e João de Paula Souza Cabral.

“Amigos, precisamos de soluções, por que as palavras já se gastaram. Vamos fundar um Clube, em que possamos debater com a franqueza dos amigos os nossos problemas comuns. Vamos tentar, amparados pela amizade, superar os obstáculos que enfrentamos?”, propôs na ocasião. O resto é história.

A iniciativa de Dimas foi adotada por profissionais de outros estados e hoje existem Clubes da Bolinha por todo o Brasil. Em uma reunião que juntou Bolinhas de todo o país, realizada no Rio de Janeiro, em 1965, o Clube de Minas Gerais propôs a concessão do título de Magnífico Reitor Nacional a Dimas Camargo Maia. A sugestão foi aceita por unanimidade, como deve ser na tradição bolinha. Na reunião do ano seguinte, por sugestão dos Bolinhas paranaenses, Dimas foi promovido a Magnífico Reitor Nacional Vitalício, posição que ocupou e honrou até a sua morte em 20 de setembro de 2002.

Seleção

Um pouco da história do tradicional, e rigoroso, processo de admissão de novos bolinhas

Após a fundação, o crescimento do Clube da Bolinha em número de participantes foi lento. Em 1951, eram apenas treze membros em um aumento cauteloso mais relacionado com o rigor na seleção do que com a falta de candidatos. Desde o início foi instituído uma austeridade espartana para a inclusão de novos membros, com o sistema de bolas brancas e pretas para a eleição e a seguinte regra no regimento interno do grupo (batizado de decálogo):

“O Clube da Bolinha terá número ilimitado de membros, devendo a admissão ser feita mediante votação unânime dos associados presentes às reuniões privadas”.

Essa exigência por unanimidade dificultou a admissão de novos Bolinhas. Isso, no entanto, não parecia incomodar os membros do Clube, como relatou Alberico Ravedutti Bulcão. “Éramos, então, uns 12 ou 13 Bolinhas, muito orgulhosos disso, elitistas mesmo. Parece-me hoje que nos dava uma certa importância o poder do veto, o poder de, qual deuses, definir quem era bom e quem não era. Talvez por isso temíamos, cada um de nós, apresentar candidatos a ingresso na sacrossanta confraria. Lá um belo dia, um companheiro ousou indicar um tradicional segurador de então. Quem sabe precisasse urgentemente de uns “cossegurinhos”. No jantar em que rolariam as bolas, um outro companheiro, inflamado até, fez o elogio do candidato. Ouviram-se até palmas. Finalmente, a votação, secreta, e rolaram as bolinhas. Todas pretas. Absolutamente pretas. Foi um vexame”.

Nesse caso, mesmo o Bolinha que apresentou o candidato e aquele do discurso inflamado em favor do postulante, na hora de escolherem entre branca e preta, qual deuses, concluíram que o colega não reunia as qualidades necessárias para fazer parte do grupo.

No início do Clube, os membros sabiamente criaram um dispositivo para evitar que “vexames” como o relatado por Alberico provocassem constrangimento a profissionais notoriamente respeitados pelo mercado. Havia, para isso, a figura do sócio “cartola”, reservada a essas pessoas que passavam a fazer parte do clube automaticamente.

“A estes era convencionalmente vedado ser propostos para ingresso à incipiente confraria de então e concorrerem à sorte das bolas brancas e pretas”, explicou Humberto Roncarati, ele mesmo um dos “cartolas”.

Na segunda metade dos anos 60, esse acesso restrito passou por um questionamento objetivo. Em 1966, os bancos passaram a atuar no setor de seguros. A questão que se apresentou foi a seguinte: “Podem seguradores de bancos serem sócios?”.

A discussão foi acalorada e terminou com o argumento de Joaquim Antonio Borges Aranha. “E por que não? Seremos nós os únicos puros neste vale de lágrimas? Seremos, todos e ao mesmo tempo, umas Madres Terezas de Calcutá?” Assim, os colegas dos bancos passaram a ser admitidos.

Logo em seguida à “questão bancária”, veio a “questão da juventude”. E os jovens que se destacam no mercado? Podem ser Bolinhas, ou o Clube deve manter-se restrito às figuras mais tradicionais e experientes? Novamente uma ponderação inquestionável de Francisco Latini encerrou o assunto. “Se nos fecharmos muito, mais breve do que talvez possamos esperar, certamente seremos apenas uma saudade”.

Em 2008, o reitor no período entre 2001 e 2003, Michal Jerzy Swierczynski, concordou com o argumento de Latini e citou a renovação como uma das suas principais realizações a frente do grupo. “Na minha gestão como reitor do Clube, tive como objetivo trazer os talentos jovens do mercado segurador, o que foi concluído com sucesso e seguido pelos meus sucessores. Hoje temos, não somente aqueles profissionais mais antigos e com muita experiência, mas também os jovens trazendo as mudanças e ideias inovadoras”.

Atualmente, a exigência por unanimidade na eleição se transformou em 2/3 das bolas brancas que permitem a entrada de um novo membro.

Bolinhas se reúnem com vinho e krathong-thong

Jantar de abril teve comida tailandesa, vinho e casa cheia

Em abril, o jantar do Clube da Bolinha aconteceu no Restaurante Mestiço, embalado por carnes, vinho e casa cheia. Mais de cinquenta membros estiveram presentes junto com alguns convidados, entre eles o novo presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.

Os “não” Bolinhas foram recebidos na porta com uma advertência motivada pela lendária receptividade dos Bolinhas “raiz”. “Todo cuidado aqui é pouco”, avisou Wilson Levorato ao pé do ouvido. Uma brincadeira, é claro, baseada em fatos reais de uma época em que os integrantes, declaradamente, não eram lá muito acolhedores com o pessoal de fora.

Em entrevista ao jornalista Manoel Teixeira de Carvalho Filho, o Nelito, o saudoso Alberico Ravedutti Bulcão lembrou aquele tempo em que as bolinhas brancas eram raras. “Éramos, então, uns 12 ou 13 Bolinhas, muito orgulhosos disso, elitistas mesmo. Parece-me hoje que nos dava uma certa importância o poder do veto, o poder de, qual deuses, definir quem era bom e quem não era. Talvez por isso temíamos, cada um de nós, apresentar candidatos a ingresso na sacrossanta confraria.” (Veja mais no texto “Seleção”).

Apesar da fama, o novo presidente da CNseg e os outros convidados da noite – Marcos Kobayashi, Alexandre Batista e Christian de Freitas – foram muito bem recebidos e rapidamente se integraram às rodinhas para falar sobre o mercado e amenidades, provando definitivamente que os Bolinhas são bons anfitriões, senão desde sempre, pelo menos atualmente.

Lá pelas 21h, o restaurante estava cheio e a conversa era animada em grupos em que se viam Paulo Marracini, José Adalberto Ferrara, Flávio Rodrigues, Jabis Alexandre, Marcelo Blay, Murilo Riedel, Boris Ber, entre vários outros, incluindo membros que não apareciam há algum tempo. Após essa longa recepção regada à vinho com kratong-thong, uma deliciosa entrada tailandesa, e crostini, a reitora, Andrea Ribeiro, chamou para as mesas e agradeceu a presença de todos.

“É muito bacana ver cada vez mais colegas nos jantares e participando das nossas atividades. Espero que a gente continue nesse ritmo”, falou. Mário Cruz apresentou os aniversariantes do mês e então os garçons serviram o prato principal com opções de bife ancho e filé mignon, salmão e namorado. Perto das 23h, brownie de chocolate ou frozen iogurte e café.

Em breve, informações do próximo evento. Acompanhem pelo LinkedIn.

Veja aqui a galeria de fotos

Vinho e bacalhau no primeiro encontro de 2022

Jantar português com degustação de rótulos do Vale D’ouro abre as atividades do Clube da Bolinha e projeta ano com muitas novidades

O Clube da Bolinha de São Paulo promoveu o primeiro encontro do ano com a presença de aproximadamente 50 membros que, além da boa conversa de sempre, aproveitaram uma inédita degustação de vinhos e um belo jantar português em tradicional restaurante da capital.

O Rancho Português, decorado com garrafas de Portos históricos, porcelanas centenárias e uma camisa do Cristiano Ronaldo no “cantinho do Fenômeno Português”, foi a feliz escolha para os Bolinhas saborearem alguns rótulos da vinícola Quinta do Crasto, que produz a bebida desde 1615, no Vale D’ouro, em Portugal. “Vamos trazer mais atrações para as nossas reuniões e variar os menus”, explica Andrea Ribeiro, a primeira mulher a chegar ao cargo de reitor do Clube.

No mês da mulher, aliás, a reitora esteve acompanhada de Maria Amelia Saraiva e Márcia Cicarelli Barbosa de Oliveira como representantes da ala feminina do grupo no jantar. Sobre isso, Maria Amelia, muito bem entrosada com todos atualmente, lembra que logo quando entrou enfrentou dificuldades para se relacionar. Em alguns momentos, admite, cogitou parar de frequentar os jantares. “Mas, pensei, se eles me aceitaram, vão ter que me engolir”, conta se divertindo. Hoje, faz parte da diretoria do Clube e não perde um encontro.

Os Bolinhas vão chegando e formando rodinhas de bate-papo enquanto bebem um vinho com queijo fresco, patê e atum, além de bolinhos de bacalhau e alheira. Wilson Levorato, o “filho do barbeiro de Marília”, deixa todo mundo curioso contando que o pai era conhecido na cidade como o “homem que todo o ano tira Jesus da cruz”. “É que, na Semana Santa, ele fazia o José de Arimateia na encenação da Paixão de Cristo”, revela aos risos.

Flávio Bauer diz que participou recentemente de um projeto com a Confederação Brasileira de Tenis (CBT) e teve a oportunidade de ver o abandono em que estão as instalações olímpicas, no Rio de Janeiro. “Grama crescendo em rachaduras nas quadras e metade dos apartamentos da Vila Olímpica, que virou um condomínio, se deteriorando sem moradores”, lamenta. Tenista desde a infância, Bauer conta que há algum tempo aderiu ao Beach Tennis, menos agressivo com os joelhos.

Luiz Camilo Rinhel Virdes ensina sobre os vinhos, a quantidade e ocasião corretas para apreciar um bom Porto e o que é caro ou barato na adega do restaurante. “Este Crasto está com preço excelente, já aquele Noval está puxado porque é de uma edição especial”, explica. Ele mesmo, porém, está de copo quase vazio, respeitando uma dieta que garante estar dando resultado. Boris Ber também diz que emagreceu 12 quilos durante a pandemia e que, na casa dele, quem gosta mesmo de vinho é a esposa. “Eu prefiro uma caipirinha enquanto preparo o churrasco”, entrega.

Andrea convida para as mesas, agradece a presença e anuncia algumas ações. “Vamos incrementar os jantares, registrar os encontros e promover algumas ações de comunicação, como um grupo no LinkedIn e reportagens especiais, para estimular a participação e valorizar a história dos Bolinhas”, diz. Junto com os colegas da diretoria – Maria Amelia Saraiva, Mário Cruz, Fernando Simões e José Roberto Macéa -, a reitora está disposta a promover novidades e tornar as atividades cada vez mais agradáveis. “Vamos colocar em prática diversos planos até o final do ano”, garante.

Mário Cruz, organizador da degustação, apresentou a vinícola Quinta do Crasto e seus representantes, entre eles João Buchala, egresso do mercado de seguros e agora à frente da importadora das bebidas. “Estou bem à vontade aqui entre antigos colegas e ex-chefes”, diz Buchala antes de começar a abrir garrafas e encher copos enquanto explicava detalhadamente as características de cada rótulo.

Por fim, o jantar foi servido quando já passavam das 21h, com receitas de bacalhau e arroz de pato no cardápio. Na sobremesa, o melhor Porto e a discussão sobre como será o próximo encontro.

Veja aqui uma galeria de fotos do jantar.

 

Quase 75 anos de tradição

“Hoje seremos uns 3, no máximo 4, mas em breve espero lotar o salão”, profetizou Dimas de Camargo Maia na noite de fundação do Clube da Bolinha

Em 1948, o mercado de seguros estava aquecido por conta da acelerada industrialização do país, mas os métodos algumas vezes ainda eram questionáveis. Sobre isso, o jornalista Manoel Teixeira de Carvalho Filho, o Nelito, em seu relato histórico sobre o Clube da Bolinha, afirmou que “existiam seguradoras que aceitavam riscos sem a intenção de cobri-los em caso de sinistro” e que, por isso, as companhias nacionais “eram preteridas pelas estrangeiras, que gozavam de mais credibilidade”.

A conduta reprovável de parte do mercado, aliada a uma legislação confusa, criou um ambiente predatório e desorganizado. Isso preocupava o executivo da Home Insurance, Dimas de Camargo Maia. Apaixonado pela atividade seguradora, onde iniciou a atuação aos 15 anos, estava convencido de que o setor deveria ser mais saudável e que, para isso, a iniciativa tinha que partir dos profissionais do ramo, ou pelo menos por parte daqueles bem-intencionados.

No dia 30 de agosto de 1948, Dimas convidou os colegas Humberto Felice Junior e João de Paula Souza Cabral, ambos executivos da North British, para um jantar na Pizzaria Telêmaco, na Avenida Ipiranga. Era uma terça-feira, e por isso o dia da semana é observado até hoje pelos Bolinhas em seus encontros mensais. Naquela noite, há quase 75 anos, Dimas chegou ao restaurante sozinho e o garçom perguntou: “Mesa para quantos?”. De pronto, ele profetizou: “Hoje seremos uns 3, no máximo 4, mas em breve espero lotar o salão”

Pouco mais tarde, Dimas compartilhou suas preocupações com os amigos e propôs: “Vamos tentar, amparados pela amizade, superar os obstáculos que enfrentamos?”. Estava, então, fundado o Clube da Bolinha do Estado de São Paulo que, naquele dia, ainda não tinha nome. Por outro lado, imediatamente foi instituído um lema bem definido: “Companheirismo – Ética – Solidariedade”. A ideia era aproximar as pessoas com capacidade de decisão no mercado de seguros para que, por meio de um contato mais próximo e, propositalmente, descontraído, houvesse colaboração para o desenvolvimento do mercado.

Dimas lembrou, vários anos após aquela noite em 1948, que a iniciativa foi progressivamente ganhando adeptos. “Chegaram Giovani Meneghini, Ozório Pâmio, Alberico Ravedutti Bulcão, Dalton de Azevedo Guimarães, Décio Costa, Gilson Cortines de Freitas, Seraphim Raphael Chagas Góes…” O resto é uma rica história que vamos resgatar e contar em partes nos próximos meses.

Coronavirus e os eventos do Clube da Bolinha de São Paulo

Apoiando os esforços mundiais para conter o avanço da COVID-19, informamos que os encontros, jantares e reuniões do Clube da Bolinha de São Paulo foram temporariamente adiados.

Pretendemos, dessa forma, proteger nossos Bolinhas e suas famílias dessa terrível pandemia, além de colaborar com a redução de casos (graves ou não) que lotam nosso serviço de saúde.

Você, Bolinha, continue visitando nosso site regularmente e acompanhe sua caixa de e-mails para ter mais informações sobre os próximos eventos do Clube da Bolinha de São Paulo.