Vinho e bacalhau no primeiro encontro de 2022

Jantar português com degustação de rótulos do Vale D’ouro abre as atividades do Clube da Bolinha e projeta ano com muitas novidades

O Clube da Bolinha de São Paulo promoveu o primeiro encontro do ano com a presença de aproximadamente 50 membros que, além da boa conversa de sempre, aproveitaram uma inédita degustação de vinhos e um belo jantar português em tradicional restaurante da capital.

O Rancho Português, decorado com garrafas de Portos históricos, porcelanas centenárias e uma camisa do Cristiano Ronaldo no “cantinho do Fenômeno Português”, foi a feliz escolha para os Bolinhas saborearem alguns rótulos da vinícola Quinta do Crasto, que produz a bebida desde 1615, no Vale D’ouro, em Portugal. “Vamos trazer mais atrações para as nossas reuniões e variar os menus”, explica Andrea Ribeiro, a primeira mulher a chegar ao cargo de reitor do Clube.

No mês da mulher, aliás, a reitora esteve acompanhada de Maria Amelia Saraiva e Márcia Cicarelli Barbosa de Oliveira como representantes da ala feminina do grupo no jantar. Sobre isso, Maria Amelia, muito bem entrosada com todos atualmente, lembra que logo quando entrou enfrentou dificuldades para se relacionar. Em alguns momentos, admite, cogitou parar de frequentar os jantares. “Mas, pensei, se eles me aceitaram, vão ter que me engolir”, conta se divertindo. Hoje, faz parte da diretoria do Clube e não perde um encontro.

Os Bolinhas vão chegando e formando rodinhas de bate-papo enquanto bebem um vinho com queijo fresco, patê e atum, além de bolinhos de bacalhau e alheira. Wilson Levorato, o “filho do barbeiro de Marília”, deixa todo mundo curioso contando que o pai era conhecido na cidade como o “homem que todo o ano tira Jesus da cruz”. “É que, na Semana Santa, ele fazia o José de Arimateia na encenação da Paixão de Cristo”, revela aos risos.

Flávio Bauer diz que participou recentemente de um projeto com a Confederação Brasileira de Tenis (CBT) e teve a oportunidade de ver o abandono em que estão as instalações olímpicas, no Rio de Janeiro. “Grama crescendo em rachaduras nas quadras e metade dos apartamentos da Vila Olímpica, que virou um condomínio, se deteriorando sem moradores”, lamenta. Tenista desde a infância, Bauer conta que há algum tempo aderiu ao Beach Tennis, menos agressivo com os joelhos.

Luiz Camilo Rinhel Virdes ensina sobre os vinhos, a quantidade e ocasião corretas para apreciar um bom Porto e o que é caro ou barato na adega do restaurante. “Este Crasto está com preço excelente, já aquele Noval está puxado porque é de uma edição especial”, explica. Ele mesmo, porém, está de copo quase vazio, respeitando uma dieta que garante estar dando resultado. Boris Ber também diz que emagreceu 12 quilos durante a pandemia e que, na casa dele, quem gosta mesmo de vinho é a esposa. “Eu prefiro uma caipirinha enquanto preparo o churrasco”, entrega.

Andrea convida para as mesas, agradece a presença e anuncia algumas ações. “Vamos incrementar os jantares, registrar os encontros e promover algumas ações de comunicação, como um grupo no LinkedIn e reportagens especiais, para estimular a participação e valorizar a história dos Bolinhas”, diz. Junto com os colegas da diretoria – Maria Amelia Saraiva, Mário Cruz, Fernando Simões e José Roberto Macéa -, a reitora está disposta a promover novidades e tornar as atividades cada vez mais agradáveis. “Vamos colocar em prática diversos planos até o final do ano”, garante.

Mário Cruz, organizador da degustação, apresentou a vinícola Quinta do Crasto e seus representantes, entre eles João Buchala, egresso do mercado de seguros e agora à frente da importadora das bebidas. “Estou bem à vontade aqui entre antigos colegas e ex-chefes”, diz Buchala antes de começar a abrir garrafas e encher copos enquanto explicava detalhadamente as características de cada rótulo.

Por fim, o jantar foi servido quando já passavam das 21h, com receitas de bacalhau e arroz de pato no cardápio. Na sobremesa, o melhor Porto e a discussão sobre como será o próximo encontro.

Veja aqui uma galeria de fotos do jantar.

 

Quase 75 anos de tradição

“Hoje seremos uns 3, no máximo 4, mas em breve espero lotar o salão”, profetizou Dimas de Camargo Maia na noite de fundação do Clube da Bolinha

Em 1948, o mercado de seguros estava aquecido por conta da acelerada industrialização do país, mas os métodos algumas vezes ainda eram questionáveis. Sobre isso, o jornalista Manoel Teixeira de Carvalho Filho, o Nelito, em seu relato histórico sobre o Clube da Bolinha, afirmou que “existiam seguradoras que aceitavam riscos sem a intenção de cobri-los em caso de sinistro” e que, por isso, as companhias nacionais “eram preteridas pelas estrangeiras, que gozavam de mais credibilidade”.

A conduta reprovável de parte do mercado, aliada a uma legislação confusa, criou um ambiente predatório e desorganizado. Isso preocupava o executivo da Home Insurance, Dimas de Camargo Maia. Apaixonado pela atividade seguradora, onde iniciou a atuação aos 15 anos, estava convencido de que o setor deveria ser mais saudável e que, para isso, a iniciativa tinha que partir dos profissionais do ramo, ou pelo menos por parte daqueles bem-intencionados.

No dia 30 de agosto de 1948, Dimas convidou os colegas Humberto Felice Junior e João de Paula Souza Cabral, ambos executivos da North British, para um jantar na Pizzaria Telêmaco, na Avenida Ipiranga. Era uma terça-feira, e por isso o dia da semana é observado até hoje pelos Bolinhas em seus encontros mensais. Naquela noite, há quase 75 anos, Dimas chegou ao restaurante sozinho e o garçom perguntou: “Mesa para quantos?”. De pronto, ele profetizou: “Hoje seremos uns 3, no máximo 4, mas em breve espero lotar o salão”

Pouco mais tarde, Dimas compartilhou suas preocupações com os amigos e propôs: “Vamos tentar, amparados pela amizade, superar os obstáculos que enfrentamos?”. Estava, então, fundado o Clube da Bolinha do Estado de São Paulo que, naquele dia, ainda não tinha nome. Por outro lado, imediatamente foi instituído um lema bem definido: “Companheirismo – Ética – Solidariedade”. A ideia era aproximar as pessoas com capacidade de decisão no mercado de seguros para que, por meio de um contato mais próximo e, propositalmente, descontraído, houvesse colaboração para o desenvolvimento do mercado.

Dimas lembrou, vários anos após aquela noite em 1948, que a iniciativa foi progressivamente ganhando adeptos. “Chegaram Giovani Meneghini, Ozório Pâmio, Alberico Ravedutti Bulcão, Dalton de Azevedo Guimarães, Décio Costa, Gilson Cortines de Freitas, Seraphim Raphael Chagas Góes…” O resto é uma rica história que vamos resgatar e contar em partes nos próximos meses.

Coronavirus e os eventos do Clube da Bolinha de São Paulo

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